quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um grito de indignação: segurança é direito e não opção

Hoje, minha alma está triste. Meu sorriso emudeceu e meu coração... meu coração...está em pedaços! Não, não dá pra acreditar! A ficha ainda não caiu e, infelizmente, não vai cair tão cedo. O que está acontecendo com a nossa sociedade? Onde foram parar os valores familiares? A boa educação? O respeito ao próximo? A solidariedade? E por que não dizer: o Amor? O amor pela vida... Esse dom maravilhoso que Deus nos deu e que somente ELE deveria nos tirar. A vida é a maior dádiva que temos e precisa ser preservada, defendida, protegida... Ah! PROTEÇÃO! Que palavra bonita! E que falta ela me faz... Eu, que pago todos os meus impostos em dia, e até um pouco mais, deveria me sentir protegido na rua, na praça, no banco, no supermercado e onde mais eu tivesse vontade de ir. Mas, se saio na rua: tá lá mais um corpo estendido no chão: agredido a pauladas, facadas, arma de fogo, foice, machado ou facão: e o motivo do crime? Uma jaqueta de couro, uma resposta mal dada, uma conta atrasada, uma opção sexual, um salário suado de um pobre assalariado ou de um senhor já aposentado que depois de tanto trabalhar não pode sequer descansar sem ter o infortúnio de com uma corja se deparar. Na praça, onde outrora já andei, já corri e já brinquei, não posso mais me sentar. No banco, no correio, na farmácia, onde quer que eu vá, o temor me acompanha. É uma sensação ruim, um desconforto inquietante, que dia após dia toma conta de mim. A quem devo recorrer? A quem preciso pedir? Para garantir o meu direito de poder sempre ir e vir? Me parece que houve uma inversão Hoje prendem o pai de família e libertam o ladrão... Punem o inocente e o jogam no fundo de uma prisão Enquanto o delinquente, bandido sem razão, Que espanca, agride, humilha, rouba e assassina Sendo menor, não pode ficar na prisão. Mesmo identificado, reconhecido e apanhado Ao invés do castigo recebe uma promoção: É encaminhado para a escola, e lá se sente o poderoso chefão: Parado na escada, de braço cruzado, boné virado, semblante fechado, olhar concentrado, assistindo empolgado ao povo calado, porém revoltado por ter que aceitar difícil missão de dar a esse jovem uma nova lição mesmo que seja embaixo de muita pressão, de um olhar frio, sinistro e às vezes, sem compaixão. E o pior nisso tudo é o que agora vou falar, que apesar de tantos direitos eu tenho sempre que me calar, pois mesmo estando com a razão irão sempre questionar os direitos humanos - que deveria existir para a todos ajudar, mas que acaba se esquecendo do meu direito de me expressar e até de que também sou humano e também tenho direito à mesma proteção, mas pelo fato de ser maior, estar em dia com meu dever de cidadão parece que sou eu quem tenho que sofrer calado todo tipo de injustiça e humilhação para proteger os direitos de alguém que pelos atos que pratica deixa claro que não precisa de proteção. Enquanto isso, o pobre trabalhador, se atrasa o IPVA não pode nem argumentar, tem seu carro, sua moto apreendida e a pé para casa irá voltar. Que se dane o seu trabalho, seu salário, seu bem estar, não pagou o imposto exigido: no seu veículo não pode rodar, porque sempre em cada esquina um policial vai encontrar pra barrar sua passagem, e multar... multar e multar. Eu não sou de reclamar... o meu imposto eu costumo pagar... mas onde anda esse mesmo poder, tão eficiente em multar, quando em plena luz do dia dois bandidos armados uma farmácia vem assaltar? Quando roubam uma escola e a perícia demora mais de 8 horas para chegar? Quando apreendem os bandidos e os bens furtados não conseguem recuperar? Quando a vítima, que deveria ser protegida – com sigilo e discrição – é obrigada é dar carona para os jovens que praticaram contra ela um delito, um roubo, uma agressão? Ou quando ela é acuada, no mesmo veículo sendo levada em companhia daqueles acusados da transgressão? São tantos fatos, tantos relatos ruins: roubo, agressão, ameaça, intimidação, assalto à mão armada, latrocínio, espancamento, violência sem razão... nem a própria polícia fica imune a isso não... quem não se recorda daquela noite fatídica em que grande tragédia se abateu sobre essa nobre corporação, na qual um jovem soldado tombou no cumprimento da função. Se exagerei, peço desculpas. Se me excedi peço compreensão. Tudo o que disse até aqui não foi mais do que expressar minha indignação diante do que anda acontecendo na minha rua, no meu bairro, na minha cidade que amo de coração. Cidade onde eu nasci, cresci e sempre fui muito feliz e na qual projetei para os meus filhos um futuro promissor repleto de alegria, paz, amor e harmonia. E se quero, não posso me calar. Se posso, não devo me omitir. Se sinto, necessito me expressar. Vou gritar aos quatro cantos, buscar, pedir, e se preciso for até implorar às autoridades presentes que se ponham em meu lugar e deem uma resposta urgente, imediata e contundente para acabar com essa onda crescente de violência que vemos em todo lugar. CHEGA de banalizar a violência e achar que tudo é normal, que aquilo que acontece ao meu vizinho não afeta o meu quintal. Se a violência é um câncer, devemos extirpar da nossa sociedade esse mal, combater com mais eficiência, rapidez e transparência. A população de bem é infinitamente maior que essa minoria de bandidos, baderneiros, arruaceiros que tentam se impor. Conclamamos a vocês autoridades, que nos deem a devida proteção! Nós, não podemos continuar sendo reféns da injustiça, da maldade, das drogas, da impunidade. Os jovens delinquentes, drogados, dependentes que não podem ir para a prisão, que sejam encaminhados para um centro de reabilitação. Que alguma resposta seja dada aos pais, aos filhos, aos tios, avós e irmãos que perderam seus entes queridos para uma violência que não tem explicação. Deixo aqui meu sentimento: de dor, revolta e humilhação. Dor pela perda de vidas inocentes. Revolta pela triste realidade dos crimes sem punição. E humilhado me sinto quando percebo que aquele que tanta dor já causou anda por aí livremente, observando friamente o próximo alvo a quem irá se impor, com o rigor de sua crueldade e confiante na mais absoluta impunidade. Agora, faço um minuto de silêncio, não para demonstrar inércia, desânimo ou resignação e sim para prestar minha homenagem a todas as famílias que perderam seus entes queridos ou que sofreram algum infortúnio nas mãos de bandidos violentos e sem coração que muitos ainda insistem em chamar de cidadão. (Narcélio Aparecido Alves Fernandes)